Não gosto de cair nos erros e não aprender. Mas não consigo habituar-me a este let it go do último ano. Malditos laços que nos unem. Parece que todos os anos custa mais. "No próximo ano vai ser diferente". Penso sempre no jantar de despedida (o que fica prometido desde o primeiro ano) que no ano seguinte já não vai ser assim, que no ano seguinte já não vai haver gente assim, que nunca mais vou ter uma turma assim. Que vou aprender a entrar na sala, dar as minhas aulas, lançar os meus desafios e olhar para eles mais como alunos e menos como pessoas. Mas depois vem o resto. Porque se num ano acontece muita coisa em três acontece muito mais. A mim e a eles. E a Família está longe e por vezes as visitas ao gabinete servem para mais que tirar dúvidas. E há os dias em que estou tão feliz que apetece-me dizer-lhes e há os outros que só eles conseguem fazer-me sorrir e ajudam-me a esquecer as coisas menos boas da vida das pessoas grandes. Há os projectos que construímos juntos, os trabalhos que correm bem, as entregas que correm mal...
Entrar na escola assim vazia sem aquele som de fundo que por vezes nos esgota: professora, professora, professora...hoje não estão cá. Muitos deles nem os vou voltar a ver, alguns vão aparecer-me quando menos espero. É sempre assim.
Agora é limpar as lágrimas com os lenços que em cima da secretária esperam as próximas dúvidas, mas que no fundo servem mesmo é para este último dia, em que eu, entre avaliações e exames choro (só um bocadinho) de saudades. Pela última vez...porque para o ano vai ser diferente. ;)
Vamos lá ao que interessa que ali nas pastas há mais uns 10 destes que ainda não avaliei.
Na foto: Pormenor de trabalhos Daniela Conceição, Mariana Manso e Bárbara Taraio, 2º ano do curso de Design de Comunicação
Peço desculpa se exagero nas emoções, mas já diz o provérbio...quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro. E amanhã neste convento continuamos a avaliar trabalhos mas hoje ainda nos estamos a despedir das pessoas.
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